sábado, 27 de dezembro de 2014

Destaques de 2014

Leitores queridos, estamos de volta! O Cru e o Maltado passou por um interregno de 4 meses durante os quais não postei nada por aqui. Peço desculpas aos meus (dois ou três) leitores fiéis, mas precisei ficar um pouco longe das telas para conseguir redigir minha tese de doutorado. Mas agora que voltamos à ativa, pensei em fechar 2014 com os destaques do ano, do ponto de vista deste bêbado humilde apreciador de cervejas.

Não vou mentir: 2014 foi um ano em que me distanciei um pouco do universo cervejeiro. E não estou sozinho: tenho notado que vários dos meus colegas de hobby da mesma geração – ou seja, que começaram a beber e estudar cerveja antes de 2010, quando o mercado era radicalmente diferente do que é hoje – estão passando por algo semelhante. Ou eles se profissionalizaram e entraram para valer no mercado (enquanto a bolha não estoura), ou então estão tendendo a viver um certo refluxo. Veja só: quando comecei, havia um discurso de que a demanda por cervejas especiais ainda era pequena no Brasil, e que isso explicava por que tudo era tão caro e difícil de encontrar. Com os anos – dizia-se –, os brasileiros iriam “entender” o que era uma boa cerveja, o mercado cresceria, haveria oportunidades para os empresários e nós finalmente teríamos um montão de marcas de cervejas excelentes no supermercado para beber com a família, os amigos, no churras, tudo a preço de Eisenbahn ou mais barato.

Preciso dizer que nada disso aconteceu? Claro que ainda tem gente tonta por aí falando que, em poucos anos, nosso mercado será como o dos EUA ou o belga. E tem outros que ficam culpando Deus e o mundo (leia-se: o PT) por isso ainda não estar acontecendo no Brasil. Mas uma hora precisa cair a ficha de que o mercado de cervejas especiais no Brasil se configurou e cresceu como um mercado de produtos de luxo, não muito diferente de outros mercados parecidos: o de cosméticos, o da moda, o de vinhos, o gastronômico etc. Produtos supérfluos pelos quais as classes A e B se dispõem a pagar muito caro para se diferenciarem da classe C. Não daria para esperar nada muito diferente do que acabou acontecendo. O melhor que pode acontecer ao mercado de cerveja no Brasil, nos próximos anos, é que ele fique igual ao de vinhos (igualmente elitista, mas pelo menos um pouquinho mais profissional e adulto). O resto é balela.

Isso para dizer que, de todas as novidades que vimos no mercado em 2014, muito poucas realmente me animaram. 95% do que circulou pela blogosfera, pelas redes sociais e pelo Untappd parece requentado do que vi e bebi em outros anos. E convenhamos que cerveja requentada é especialmente decepcionante. Mas ainda dá para destacar um ou outro lançamento interessante que valeu a pena, seja pela qualidade intrínseca, seja pela novidade, seja pelo custo-benefício.

Acho difícil negar que as cervejas selvagens foram um dos destaques do ano de 2014 no Brasil. Começando com a volta das Cantillon ao mercado nacional no final de 2013, tivemos uma chegada de bons rótulos importados ao longo de 2014 e uma sinalização das cervejarias nacionais de que começarão a produzir cervejas ácidas e/ou fermentadas com leveduras “selvagens”. Infelizmente, os preços estão lá no alto. Cervejas selvagens são estilos de produção complexa e demorada, o que aumenta o preço final naturalmente. Isso, somado à sua exclusividade e à sua raridade no Brasil, elevou a etiqueta de preços às alturas. Como resultado, os rótulos que ainda mais valem a pena no nosso mercado são velhas conhecidas do apreciador: as Flanders red ales belgas e as lambics importadas pela Bier&Wein (como a Boon Oude Geuze Mariage Parfait ou a Lindemans Kriek Cuvée René), que não devem nada às marcas mais conceituadas e caras e que custam às vezes menos da metade. Mas pelo menos temos algumas novidades para quem, como eu, é fã do “lado negro da Força”.

Fonte: blog.seniorennet.be
Uma dessas novidades anunciadas em 2014 (mas que, sinceramente, eu ainda nem vi nas prateleiras) é a chegada de um extraordinário rótulo da belga Rodenbach. A cervejaria é conhecida por fazer as mais famosas Flanders red ales do mundo, feitas a partir de um blend entre uma cerveja ácida e madura, envelhecida longamente em tonéis de carvalho, e uma cerveja jovem e fresca. Quanto maior a proporção da cerveja madura, mais sofisticado (e caro) é o produto final. Até este ano, tínhamos no Brasil a versão comum (com um quarto de cerveja madura) e a Grand Cru (com dois terços de cerveja madura). A Rodenbach Vintage, cuja safra 2012 aportou aqui este ano, é composta apenas pela cerveja madura e envelhecida, sem blendar com a cerveja fresca. Para os apreciadores do estilo, é o santo graal. Os toques animais, os traços de evolução e guarda, o perfil do malte, as especiarias, as frutas passas, tudo está lá um torvelinho de complexidade aromática. Estábulo, madeira, terra úmida, pimenta-do-Reino, bloody Mary, caramelo, ameixas e figos são apenas algumas das muitas sensações que você vai encontrar no nariz. Na boca, uma leve doçura inicial, uma acidez firme mas bem domada pelo envelhecimento e um final equilibrado, impecável, com taninos perceptíveis mas gentis acariciando as bochechas. O corpo é leve sem ser ralo, com textura levemente terrosa. Um espetáculo de cerveja, uma das melhores que este degustador já teve a honra de provar. Infelizmente, ainda não vi em nenhuma loja e não sei dizer quanto está custando, mas não há de ser barata, visto que a meia-garrafa fica em torno de 5 euros na fonte. Vale ressaltar que eu provei a safra 2011, sendo que a que chegou ao Brasil foi a 2012.

Fonte: www.flickr.com
Para os amantes dos estilos sevagens, outra notícia de 2014 a se comemorar foi a chegada da linha de lambics da Oud Beersel. Trata-se de um blender autônomo, o que significa que a cervejaria não produz seu próprio mosto, mas sim compra o mosto feito por outros produtores (no caso, a Boon) e faz o trabalho de maturação, blendagem e engarrafamento dos produtos, dando-lhes a sua identidade sensorial. A Oud Beersel Oude Geuze Vieille é um dos rótulos trazidos ao Brasil este ano. Ainda não sei quanto ele está custando no nosso mercado, mas já adianto que, se chegar ao consumidor a menos de R$ 40-45 (já que custa menos de 4 euros lá fora), é uma boa opção de compra. Seu diferencial é que ela é brassada com lúpulos que foram envelhecidos por apenas 1 ou 2 anos, em vez dos 3 anos habituais. Como resultado, a lambic resultante guarda um pouco do frescor aromático e do amargor afiado dos lúpulos. No aroma, flores (gerânios), limão, ervas finas e apimentado acusam a presença do lúpulo e convivem com um perfil frutado que se desenvolve em camadas (melão, tutti-frutti, maracujá). O aroma animal é menos intenso do que eu outras lambics, e há toques caprílicos e abaunilhados para fechar sua complexidade. Na boca, a acidez inicial é gentil e dá lugar a um amargor limpo e refrescante, sem taninos, o que a torna uma ótima opção de entrada para quem não está acostumado com a estrutura das lambics mais ácidas e tânicas. O corpo é leve, seco, sem muita adstringência. Prova de que o lúpulo é gracioso e encantador quando usado com sabedoria. Deverá agradar quem está começando no mundo das lambics. A cervejaria ainda tem uma linha limitadíssima de lambics refermentadas pelo método tradicional de produção de espumantes (o famigerado “champenoise”), denominadas Bzart Lambiek. São lambics encantadoras e muito elegantes, mas seu preço é um pouco proibitivo para quem não mora na União Europeia, já que, por lá, seu valor ultrapassa os 25 euros. Nem cogito o quanto estarão custando no Brasil.

Fonte: www.ocontadordecervejas.com.br
No Brasil, o destaque selvagem do ano, para mim, foi o primeiro rótulo comercial produzido por estas bandas usando leveduras do gênero Brettanomyces: a Tupiniquim/Evil Twin Lost in Translation IPA Brett. A receita se beneficiou do know-how da cervejaria cigana dinamarquesa Evil Twin, conhecida por sua aclamada linha de IPAs inteiramente fermentadas com Brettanomyces, denominadas Femme Fatale. E, o que é ainda mais importante: pelo menos no primeiro lote, mostrou-se uma IPA nacional bem feita, o que é raro no nosso mercado. A fermentação com Brettanomyces ainda é assunto envolto em mistério, então vale a pena fazer alguns esclarecimentos. O primeiro deles é que as Brettanomyces não produzem a acidez que se encontra nas lambics. OK, elas produzem só um tiquinho de nada de ácido acético, mas nada que vá realmente dar uma pegada “sour” para a cerveja. Além disso, os aromas tipicamente associados às Bretta (os aromas ditos “animais”, lembrando estábulo) só são produzidos em grandes quantidades durante a fase de superatenuação de açúcares, que demora vários meses para começar. Quando as Brettanomyces são usadas para a fermentação primária, elas se comportam de forma semelhante às leveduras comuns, do gênero Saccharomyces. O que isso quer dizer? Que uma cerveja fermentada com Brettanomyces e não envelhecida, como esta Lost in Translation, não vai ter aquele perfil super intenso de lambic que é tipicamente associado a Bretta. O que ela vai ter é um toquezinho levemente rústico e “exótico”, um frescor diferente, talvez algo animal ao fundo. Coisa sutil, mas perceptível para quem sabe o que está procurando. No caso desta Lost in Translation, o perfume floral, herbal e frutado dos lúpulos predomina, remetendo a verbena, rosas, limão, mamão e manga assada ao forno. As Bretta agregam um frescor frutado lembrando uvas verdes, um toque animal de couro de sapateiro e, acima de tudo, um exótico perfume defumado que lembra borracha queimada. Rusticidade e frescor andando de mãos dadas. Há uma acidez inicial muito sutil, mas o predomínio evidente é do amargor limpo e refrescante, que perdura com sensação de secura na garganta. Corpo leve, mas aveludado. Ótimo conjunto: uma cerveja para apreciar com calma. Pena que toda a linha da Tupiniquim tenha chegado ao mercado paulistano a preços tão inflacionados. Até agora, dentre todas as que tomei, esta foi a única que me fez achar que valeu o tanto que eu paguei.

Seguindo a tendência do ano passado, 2014 também foi um bom ano para os amantes de IPAs americanas. Eu tenho de ser sincero e dizer que já estou de saco cheio das IPAs que se produzem no Brasil. As cervejarias brasileiras fazem IPAs com pouco frescor aromático e com amargor rascante e agressivo. Já cansei de explicar que o amargor de uma boa IPA pode ser intenso o quanto for, mas precisa ser limpo e refrescante (como acontece nos melhores rótulos estadunidenses). Amargor intenso não significa que a cerveja precisa descer como se fosse um gato agarrando as unhas na sua garganta. Mas parece que só eu me incomodo com isso (afinal de contas, quem é “macho” não tem medo de cerveja amarga e nem de lutar sem camisa com ursos selvagens), então tomei a resolução de simplesmente dizer que não gosto de IPAs. Pronto, assim não preciso ficar explicando.

Fonte: gastrolandia.uol.com.br
Três IPAs brasileiras (além da já citada Lost in Translation) me chamaram a atenção neste ano. Vamos por ordem crescente de teor alcoólico. A primeira delas, sobre a qual já falei aqui neste blog, é a Wäls, Session! Citra IPA, que, ao meu ver, condensou e fechou com chave de ouro os esforços da Wäls em produzir estilos americanos com a competência que eles exibem nos estilos belgas. Trata-se de uma IPA leve, de proposta “session” (para ser bebida em grande quantidade) e virtuosamente bem executada. O perfume do lúpulo Citra é vívido e marcante, com muito herbal fresco (cidreira, capim recém-cortado e pinheiro), algo floral de lavanda e um frutado-cítrico trazendo lichia, limão, maracujá e um toque petroláceo muito interessante. Lembra bastante o perfil de alguns vinhos brancos aromáticos, especialmente aqueles feitos com as castas Gewürtztraminer e Riesling. Na boca foi onde a Wäls conseguiu imprimir um diferencial “session” a esta IPA: ela abre com uma acidez atrevida e refrescante, mostra o amargor típico do estilo e termina num final muito limpo, neutro, de baixa mineralização, em que o amargor persiste mais na boca do que na garganta, implorando goles largos e profusos. Corpo muito leve e aguado, num bom sentido. Alia o frescor de uma IPA com a sensação de refrescância de uma Bohemian pilsner. Bela receita dos irmãos Carneiro!

Fonte: www.krugerbier.com.br
A segunda IPA que chamou a minha atenção em 2014 foi a Therezópolis Jade. Quem mais, no mercado brasileiro, oferece uma IPA americana de boa explosão aromática, amargor intenso e que custa na faixa dos R$ 10 pela garrafa de 600ml? No RJ é ainda mais barata, diga-se de passagem. Seu aroma lupulado é bem frutado e convidativamente tropical, com muita mousse de maracujá, goiabada e doce de abóbora, além de capim cidreira, lavanda e mel. Tudo com um envolvente toque amanteigado. Com o tempo, vai aparecendo uma nota de capim seco desagradável, mas ela nunca chega a perder completamente o frescor lupulado (ao contrário de várias das suas concorrentes). Na boca, entra com boa doçura, traz um final bem amargo e deixa na boca um residual em que amargor e doçura se equilibram. Ela é mais uma daquelas IPAs tipicamente brasileiras, em que a doçura do malte é usada para tornar a cerveja mais festiva e indulgente – o que não tem nada de errado, diga-se de passagem. O amargor não é inteiramente limpo, mas a doçura dá conta de equilibrar e disfarçar suficientemente bem o caráter rascante do lúpulo. O corpo é mediano e a textura é acetinada, dando sensação de saciedade e gulodice. A verdade é que ela dá uma surra em muita IPA artesanal brasileira e custa menos da metade. Virou habitué na minha geladeira.

Fonte: brejada.com
Mas às vezes a gente está disposto a gastar mais por uma cerveja incrível e redondinha. E 2014 trouxe uma IPA assim: a lendária Serra de Três Pontas Cafuza Imperial India Black Ale, que finalmente saiu das panelas e ganhou versão comercial produzida nas instalações da cervejaria Invicta. Confesso que não entendi direito a história da associação entre a Serra de Três Pontas, a Prima Satt e a Noturna: as três mantêm os nomes separados como três “brands”, mas se associaram para lançar os produtos como uma espécie de “holding” cigano. Aparentemente, esta é da Serra de Três Pontas. Uma black IPA robusta, em escala imperial com seus respeitáveis 8.5% ABV, de execução impecável. O perfil lupulado é fresco, vívido e muito complexo, trazendo uma tonelada de erva cidreira, manga madura, casca de goiaba, uva verde, grapefruit, hortelã e lavanda doce. Dá tanta vontade de ficar cheirando que você quase se esquece de levá-la à boca. Quase. Na boca, são os sabores do malte torrado que ganham a frente: café expresso, cinzas e chocolate amargo lhe dão um perfil torrado bem definido. Ótimo equilíbrio entre lúpulo e torrefação, sem que um ofusque o outro (o que eu acho que é o ideal para uma black IPA). O corpo é robusto, pesadão, cremoso e aveludado, muito mais encorpada do que o padrão para o estilo, quase na fronteira com uma imperial stout mais lupulada. O longo retrogosto traz um amargor limpo, mineral e oleoso, com doçura na medida precisa para equilibrar sem enjoar. A R$ 20 pela garrafinha caçulinha, o preço não é o mais convidativo, mas, levando em conta que tem um monte de artesanal xexelenta custando R$ 15 pela caçulinha, a Cafuza é um negócio muito mais vantajoso.

Fonte: www.ocontadordecervejas.com.br
Deixei para o final a cereja do bolo (e não é daquelas feitas de chuchu!). Em 2014, uma cervejaria realmente se destacou por apresentar um produto de proposta séria e ousada, com um padrão de qualidade até então inexistente no mercado nacional, e que realmente estabeleceu um novo patamar para seus concorrentes. Falo da paranaense Bodebrown e da sua fantástica linha Wood-Aged Series. A ideia da linha é apresentar cervejas com perfil de guarda, envelhecidas em barris de madeira, e com potencial para pelo menos 10 anos de envelhecimento em adega. O primeiro rótulo da linha chegou ao mercado este ano com o prolixo título de Bodebrown Double Perigosa Wood-Aged Series2014 Cabernet Sauvignon. Trata-se de uma cerveja de teor alcoólico extremo (15.1% ABV), para o qual foi necessária uma longa fermentação de 4 meses (a maioria das cervejas fermenta em menos de uma semana). Seguiu-se a isso uma maturação de mais 9 meses em barris anteriormente usados para a produção de vinhos gaúchos com a uva Cabernet Sauvignon. Cerveja feita com seriedade, sem subestimar o consumidor. Esta não é uma wood-aged ordinária que maturou durante 30 dias em chips de carvalho e é vendida como se fosse a última bolacha do pacote. É maturação em madeira encarada com seriedade. O resultado é evidente. A madeira é suculenta e bem-integrada ao perfil de maltes, resultando em uma explosão de marrom-glacê, castanhas portuguesas, baunilha, cedro e coco. Muitas frutas doces, com destaque para frutas vermelhas (framboesa), provavelmente acentuada pelos resíduos do vinho no barril, tâmaras e ameixas. Pimenta-do-Reino para quebrar tanta doçura. E um encantador perfil de evolução que ainda vai se aprofundar: couro curtido, molho de tomate e vinho do Porto. É isso o que acontece quando se leva a maturação em madeira a sério. Na boca, é uma explosão indulgente e envolvente de doçura, com um amargor mediano ao fundo e um agradável aquecimento alcoólico que lhe dá ares de licor ou digestivo. Corpo intenso, cremoso, como de licor mesmo. Vai melhorar muito com a guarda, mas já está pronta para beber. Uma cerveja de outro patamar. Definitivamente, a Bodebrown saiu na frente na corrida para produzir cervejas envelhecidas em madeira de altíssima qualidade no Brasil. A partir de agora, as cervejarias brasileiras vão ter trabalho para se destacar com seus rótulos envelhecidos em madeira. E o preço (R$ 30 pela caçulinha) é menor do que o de outras concorrentes produzidas com muito menos competência e empenho. A venda foi feita apenas pelo site, em sistema en primeur (pré-venda) e esgotou antes mesmo de a cerveja ficar pronta. Quer uma dica? Quando a safra 2015 for anunciada, não perca a oportunidade de reservar três garrafinhas, beber uma e deixar as outras duas envelhecendo na adega.

Enfim, é isso! Sete dicas para todos os gostos e bolsos resumindo o que há de melhor dos lançamentos do ano que passaram pelo meu copo. Felizmente, o mercado cresceu o suficiente para atingir um determinado tamanho em que é impossível para quem não é um profissional do setor conseguir provar todos os lançamentos. Isso significa que tem um montão de coisas que foram lançadas em 2014 e que eu não provei, então esta lista reflete as escolhas que fiz como consumidor. Mas acho que já oferecem um itinerário para conhecer um pouco do que chegou ao consumidor brasileiro de cervejas neste ano que se encerra!


Boas festas e um feliz 2015!

16 comentários:

  1. Bem-vindo de volta! Estavam fazendo muita falta suas análises. A Jade e Sesseion Citra realmente são muito boas, ainda não tomei a Cafuza por questão d preço. No Rj estão pedindo $ 25! Abrc.

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    1. Realmente R$ 25 é de amargar por uma artesanal brazuca "comum" (digo, sem maturação estendida, madeira etc.). Mas, se um dia estiver sentindo vontade, pode ter certeza de que não vai achar que pagou caro para tomar "mais uma".

      Abraços!
      Alexandre A. Marcussi

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  2. Baita texto e grande retorno! Um grande 2015 pra todos nós!

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    1. Agradeço o comentário! Vamos ver se consigo manter um ritmo mais constante de publicações por aqui, agora que meu doutorado já está na reta final.

      Abraços,
      Alexandre A. Marcussi

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  3. Bom saber que o blog está vivo! Espero que os posts quinzenais voltem com tudo em 2015. Abraço!

    PS: tudo indica que, em breve, descobriremos que as Brett IPAs jamais existiram: http://embracethefunk.com/2014/12/11/brettanomyces/

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    1. Pois é, estou acompanhando com muito interesse essa discussão sobre o WLP644. Se não for Bretta, resta saber o que diabos é esse fermento, porque ele realmente não se comporta como a maioria das cepas conhecidas de Saccharomyces!

      Pretendo voltar a manter um ritmo constante de publicações aqui, mas não sei se consigo voltar aos posts quinzenais. Tudo vai depender do que vai acontecer na minha vida profissional esse ano!

      Abraços,
      Alexandre A. Marcussi

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  4. Meu caro, fiquei muito feliz com o retorno do blog! Muito obrigado por voltar a escrever aqui; no que, pra mim, é o melhor blog de cerveja que temos! Ansioso por novos posts! Grande abraço.

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    1. Olá, Victor! Obrigado pelo carinho, e a ideia é voltar a ter posts regulares mesmo!
      Abraços,
      Alexandre A. Marcussi

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  5. Onde vc acha essa Therezópolis aqui em SP?

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    1. Olá, Edson! Tenho comprado a Therezópolis Jade nos supermercados da rede Pão de Açúcar! Dá uma olhadinha lá!

      Abraços,
      Alexandre A. Marcussi

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    2. Hum... Bom saber. Lembrei de algo correlato agora e que, eventualmente poderia ser assunto de um post, que é rótulo (embora seja mais relacionado à disciplina de marketing do que cerveja em si).
      Eu provavelmente já esbarrei nessa cerveja antes e nunca dei a mínima. Nem sequer tinha em mente que a Therezópolis tinha uma IPA, embora o estilo esteja descrito no.rótulo. Do contrário, pelo preço, certamente teria ao menos arriscado, e atribuo essa falha ao rótulo, que não favorece a comunicação imediata do estilo, tampouco chama a atenção do consumidor. Esse nome, Jade, na minha opinião, só atrapalha. Como não se trata de uma marca com hype, creio que eles não deviam se dar a esse luxo de comunicar menos explicitamente as características do produto e dar nomes próprios aos rótulos.
      Eu, no lugar, simplesmente mandaria um IPA bem visível no rótulo e aposto que as vendas aumentariam, tal qual fazem tantas outras marcas mais populares, inclusive a já consagrada Eisenbahn.
      Em todo caso, agora já estou esclarecido e ela vai ficar no radar sempre. Agradeço pela dica.

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    3. Edson, acho que você provavelmente tem razão em relação ao fato de que as vendas aumentariam se o rótulo comunicasse o estilo mais explicitamente. Seria uma forma de explorar a moda de IPAs no Brasil. Mas, por outro lado, acho que é uma tentativa da Therezópolis de manter a coerência da sua identidade visual, o que também tem um mérito. O importante é que a agora a gente já sabe o que procurar na gôndola! :-D

      Abraços,
      Alexandre A. Marcussi

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  6. Estou tomando a Oud Beersel nesse momento, e tendo tomado a Henssens semana passada, como mencionei, te digo que ela é muito mais sutil do que essa aqui. Se você já considerou essa uma boa gueuze de entrada, a Henssens é mil vezes mais. E confesso que a delicadeza e indulgência da Henssens me conquistou. É quase uma cerveja de se tomar no churrasco, e ainda é uma obra-prima. =P Não deixe de provar e nos dizer o que achou.

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    1. Olá, Edson! Tive a oportunidade de provar a Hanssens Oude Geuze recentemente. Entendo por que você disse ter gostado dela: realmente existe um "sweet point" de malte perceptível (ao mesmo tempo em que tem também um amargor bem afiado) e uma tonelada de fruta. Ela se aproxima um pouco dos estilos de Flandres. Me lembrou bastante uma ótima cerveja que costumávamos ter no Brasil e que, infelizmente, eu nunca mais vi: a Petrus Aged Pale Ale.

      Abraços,
      Alexandre A. Marcussi

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    2. Putz, cara, só vi o seu comentário agora. O Google não avisa quando há atividade aqui.
      Eu gosto muito da Petrus, muito mesmo. Eu ainda andei encontrando bastante nas prateleiras nos últimos tempos, tomei diversas e elas voltaram recentemente e com mais rótulos (até uma outra sour que eu não conhecia).
      Mas na Hanssens eu senti um frutado e florar muito intenso, e ela tem uma pegada mais jovem, menos madeira, eu adorei. Acho a Petrus já mais com cara de cerveja velha mesmo, mas adoro também.

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  7. Voltei aqui pra falar da Jade. Desde que você mencionou ela, eu fiquei bastante interessado, mas a primeira que provei não estava em muito bom estado.

    Recentemente eu estive no ES e comprei lá algumas mais frescas e pude ver o que ela realmente tem a oferecer. (E também pegou 2 ontém na promoção do Pão de Açúcar e estão boas.)

    É realmente uma boa cerveja, mas pra mim fica mais no limiar de APA pra IPA. Acho o amargor um pouco suave pra uma IPA, assim como o aroma, que é bem mas um pouco mais delicado do que a referência de American IPA que eu tenho.

    Mas algo que me chamou muito a atenção é que o aroma não fica naquela monotemática do cítrico e foge um pouco do que estou habituado em IPA. Sempre senti um outro componente que eu não conseguia identificar, mas creio que é o que você define como abóbora. Tem um floral também bastante perceptível. Nesse aspecto, tem um profile bem diferenciado da maioria e, portanto, interessante.

    Realmente, no preço de supermercado, em bom estado, é um ótimo custo-benefício, mas não é exatamente o que eu considero uma IPA sensacional. Pra mim, funciona mais como uma APA pra beber no copo de pint despretensiosamente.

    Obs: eu comprei só duas na promoção do Pão de Açúcar de ontem, receoso da qualidade, confesso que me arrependi. =P

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